Os fundos Life Cycle são indicados para quem quer potencializar os ganhos e deixar a gestão a cargo de especialistas.
A taxa básica de juros (Selic) foi reduzida a seu menor patamar histórico, de 8% ao ano, e há indicações de que poderá chegar a 7% nos próximos meses. E como esta taxa remunera a grande maioria das aplicações de renda fixa de curto prazo, a tendência é que esses investimentos passem a oferecer rentabilidade menor. Desta forma, é natural que os investidores busquem alternativas mais rentáveis, investindo parte dos recursos em renda variável e em títulos de renda fixa de médio e longo prazo, mais voláteis e com maior potencial de ganhos que os de curto prazo.
Mas e quando o cliente não tem tempo ou conhecimento para fazer a gestão de sua carteira de investimentos com todos esses ativos financeiros diferentes dos quais estava acostumado? Os fundos de previdência Life Cycle são indicados para atender a este perfil de investidor. Basta que ele defina uma data-alvo para a aposentadoria ou início do resgate dos recursos e comece a fazer as contribuições. Para cada data-alvo, há uma carteira de investimentos específica, ajustada de forma dinâmica por gestores especializados, ao longo de todo o período de acumulação.
Na prática, as carteiras destes planos possuem maior ou menor exposição ao risco de mercado conforme o prazo disponível para a aplicação. Quanto mais longo for o horizonte de investimento, maior será a concentração em ativos de renda variável (ações negociadas em Bolsa) e renda fixa de médio e longo prazo. Mas, com o passar dos anos, essa exposição ao risco de mercado é reduzida gradativamente, dando lugar a aplicações mais conservadoras.
De acordo com o superintendente de produtos de previdência da Icatu Seguros, Plinio Sales, os planos Life Cycle foram criados nos Estados Unidos, na década de 90, quando se constatou que a maioria das pessoas contratava um plano de previdência privada e mantinha a mesma carteira de ativos durante todo o período de acumulação. "Muitos deixavam de se beneficiar da possibilidade de assumir alguns riscos de mercado no longo prazo e alavancar os ganhos, enquanto outros, prestes a se aposentar, comprometiam um patrimônio formado ao longo de décadas".
No Brasil, a Icatu Seguros foi a primeira a lançar este tipo de fundo, em 2005. Batizados de planos "Minha Aposentadoria", eles são encontrados hoje nas versões com data-alvo em 2020, 2030 e 2040. O fundo "Icatu Minha Aposentadoria 2040" encontra-se, atualmente, com 45% de sua carteira em renda variável e 51% em títulos indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sendo o restante composto por títulos de curto prazo, atrelados à variação do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Já o "Icatu Minha Aposentadoria 2020" é mais moderado. Atualmente, ele conta com 8% alocados em renda variável, 60% em títulos de renda fixa de médio e longo prazo e 32% em títulos de renda fixa de curto prazo, atrelados ao CDI.
Vale lembrar que a legislação do mercado de previdência privada fixa em 49% o percentual máximo de recursos que podem ser investidos em renda variável e esta regra também se aplica aos fundos da categoria Life Cycle.
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